Ninguém está sempre na mesma página quando o assunto é dinheiro. É mais uma razão emocional que financeira – todos “aprendem” sobre esse tema de maneira diferente, mas as interpretações mudam de acordo com vivências e estilo de vida. É difícil acomodar gastos básicos, desejos e ambições em ganhos limitados. Na maioria das vezes, as mulheres são as que mais sofrem com a escassez de recursos. Vivemos mais, ganhamos menos, fazemos mais pausas em nossas carreiras, empreendemos mais por necessidade, pagamos juros mais altos quando recorremos ao crédito privado. A bagagem sociocultural de beleza e autocuidado exigida das mulheres é vasta e silenciosa: unhas, cabelos, maquiagens, vestuário, procedimentos – tudo é caro!
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, quase 80% das mulheres estão endividadas. As redes sociais, o marketing de influência, a vontade de status e o desequilíbrio das emoções levam o público feminino ao topo da lista dos endividados. Uma vida de consumo desalinhada da realidade adoece sua mente. Os sintomas aparecem em forma de depressão, síndrome do pânico, consumo deliberado de alimentos, coisas, remédios entre outros.
Provavelmente minha cara leitora, você ou alguém que conheça, está com alguma dívida. Meu objetivo é mostrar caminhos para uma vida saudável com mais créditos e menos débitos – a vida das mulheres independentes se resume basicamente em meter a cara na solução do problema.
Faça uma lista das dívidas. Coloque todos os boletos, faturas de cartão de crédito e carnês em cima de uma mesa. Quanto mais alto o juro mensal, mais cara a dívida – cartão de crédito e cheque especial são campeões. Em seguida, é hora de empilhar tudo: as dívidas mais caras ficam em cima e as mais baratas embaixo.
Logo depois, ligue para o banco propondo um acordo com parcelas que você pode pagar. É preciso ser honesta e coerente nessa fase. Caso encontre dificuldade, procure outros bancos para fazer uma portabilidade de dívidas. Durante esse processo, qualquer dinheiro extra precisa ser usado para manter seu comprometimento. Continue até que a dívida mais alta seja quitada. Não se desespere e nem coma suas emoções, essa atitude vai diminuir sua ansiedade. Só siga para a próxima dívida depois de uma breve comemoração com você mesma. Repita o processo até zerar seus débitos.
Para evitar os gastos acima dos ganhos novamente, é necessário conhecer bem seus valores pessoais, fazer novas fontes de receitas e participar de uma rede de mulheres independentes para colocar a criatividade para funcionar. Talvez você só precise melhorar seus investimentos na vida.
Esconder sua vida financeira de quem se importa com você pode ser fatal às suas emoções. Os sentimentos de vergonha, raiva e vulnerabilidade devem estar gritando em sua cabeça. Portanto, tenha humildade em envolver todos nesta jornada pela sua saúde emocional e financeira.
Adoraria ouvir sua história. Às vezes, você só precisa conversar com alguém.