Os sonhos, os desejos e as vontades podem mudar, e mudam, ao longo dos anos – é prerrogativa dos seres humanos saudáveis, segundo Darwin, não vivemos apenas pela sobrevivência e adaptabilidade, mas também para expandir, evoluir, criar e dominar.
Para nós, mulheres, tudo é mais desafiador. Nossas vontades, no sentido de vontade de potência em Nietzsche, àquela cega e insaciável que é capaz de movimentar nossas forças, parecem não valem no mundo “real”.
Todas as verdadeiras vontades femininas costumam ficar no campo da subjetividade, uma vez que nascemos para servir e não o contrário. Desde cedo, somos preparadas para as escolhas alheias – Segundo a cartilha da “boa” moça – escolhidas, sim; “escolher”, jamais.
Cara leitora, se o próprio pai da psicanálise, Freud, no livro Cartas aos filhos, faz menções elogiosas às escolhas pela vida doméstica das filhas, quem somos nós para questionar tal profissão?
Prazer, somos as novas boas moças – Podemos usar nosso instinto materno para fazer valer nossas vontades e ter saúde financeira também. Cuidamos de nós, dos nossos, e cuidamos, sobretudo, de nossas finanças, pois sabemos que somente o dinheiro que temos, nos garante, de fato, a vida que queremos.
Por isso, eu pergunto a você querida leitora: Quais são suas vontades de potência? Àquelas inclinadas para o eterno dizer sim. Aquele querer que transcende, não o querer meia boca.
O não disfarçado de sim, é o comportamento da antiga boa moça; o não da nova boa moça, é não!
Muitas querem sem saber porquê desejam. Nossas carreiras dependem de tudo isso que falamos acima, coloquei no plural, pois toda nova boa moça tem pelo menos duas carreiras. Pessoal e profissional.
Se você decidiu ter uma fonte de renda por você mesma, saiba que já faz parte do time das que começaram cuidar de si e, por extensão, dos seus. Vale lembrar, qualquer atividade que você empreende seu tempo para gerar valor é uma carreira, ou seja, ser mãe, esposa, autônoma, empresária, funcionária e, por aí vai. No entanto, a única carreira que garante seu poder de escolha é a de investidora.
Fazer uma transição de carreira é muito difícil. Não me contaram que ser mãe é fazer uma transição de carreira absolutamente complexa. Quando me vi com dois filhos pequenos, uma empresa para cuidar e uma série de contratempos na vida pessoal, o conceito de “carreira” ruiu em minha cabeça. Criar seres humanos é a tarefa mais incrível e complicada do planeta, por que fazemos isso de graça? Porque não tem preço, mas sim muito valor moral.
Essa história de instinto materno, por outro lado, deixa nossas ambições mais espartanas e nossa saúde financeira em xeque. Precisamos questionar se estamos no exercício de nossas vontades absolutas. Um estudo da consultoria Gartner, em outubro de 2021, mostrou que 65% das mulheres estão repensando o lugar que o trabalho ocupa em suas vidas, e não há nada de errado nisso.
Nem sempre haverá somente um casamento ou uma profissão que durará por toda a vida, até porque muitas das profissões do futuro ainda nem foram inventadas. Inicialmente, vamos aprendendo a formar uma identidade separada dos nossos pais. No desenvolvimento do público feminino, esse momento de formação é permeado de experiências de apego que nos tornam únicas, mas que se estendem até a vida adulta atrás de reconhecimento e aprovação – e é justamente essa exigência social que faz com que muitas mulheres se sintam insatisfeitas em seus próprios empregos.
Há muitos aspectos da diversidade que impactam as relações de trabalho ao longo da vida. Às vezes, o medo do pior atrai o pior e boicota a construção da sua independência emocional e financeira. Portanto, se você está passando por esse momento de reflexão e reposicionamento em sua vida, entenda que você pode contar com a Elas que Lucrem para ser uma nova boa moça – com dinheiro!