Dinheiro na mão é vendaval… na vida de um sonhador,  provavelmente você já ouviu esse trecho da música de Paulinho da Viola. Mas por que é enraizado no inconsciente coletivo o apetite por dinheiro?  

Quer você perceba ou não, o dinheiro está intimamente ligado às suas emoções. 

Dinheiro é um símbolo de troca e estabelece relação de poder sobre um outro. Isso começa quando você é bebê. Todas as vezes que chorava ao sentir fome e tinha suas necessidades amparadas, começou a perceber uma sensação de prazer. Neste ato, iniciou-se o sentimento de substituição de afetos e manipulação de poder entre duas pessoas.

Assim, o dinheiro aparece primeiro subjetivamente como mecanismo de troca afetiva e fisiológica, desenvolvendo um poderoso instrumento de subordinação às emoções e de controle dos comportamentos, sobretudo de gênero. 

Às garotas, atribuímos um valor ao dinheiro ancorado na sensação de segurança. Por outro lado, os meninos são induzidos a uma associação emocional ligada ao poder e sucesso. A elas, orientamos serem belas, agradáveis e direcionamos para valorizar a conquista de um bom casamento. Ou seja, educamos, na maioria das vezes, mulheres a viverem na economia do cuidado dos outros. 

Aos garotos, costuma-se jogar confetes naqueles que têm mais recursos. É assim que nasce a mentalidade da sociedade em relação a “mulheres querem segurança e homens querem poder e dinheiro”.

Não desanime, pois há uma solução para como você lida com a saúde financeira. Como vimos, a formação das ideias de uma pessoa sobre dinheiro começa na infância. Então, como seus pais lidavam com as finanças: eram super poupadores ou super gastadores? Essas atitudes moldaram seus hábitos de consumo. 

Mas existem outras influências, como a comunidade em que vivemos. Algumas pessoas são criadas em bairros desfavorecidos, enquanto outras são rodeadas de privilégios. E com o passar do tempo, não vemos mais as coisas como são, mas sim como somos. Os comportamentos financeiros também são influenciados por circunstâncias como a perda do emprego ou o vício em compras.  

Uma mentalidade financeira saudável pode ser construída através de pequenas atitudes. Por exemplo, automatizar uma quantia de sua conta bancária todos os meses para uma conta investimento. Criar um grupo no whatsapp com você mesma e anotar as despesas do dia.

Sua relação com o dinheiro vai além de receber o contracheque e pagar as contas. É sobre como você se sente em relação a ele e como isso se traduz em seus hábitos de consumo. Significa cultivar seu relacionamento com o dinheiro da mesma forma que você cultiva um relacionamento romântico. 

Vamos olhar nossos hábitos financeiros no espelho? Impulso, sobrevivência, insegurança, dependência emocional, fobias financeiras, ansiedade, um arsenal de emoções que precisamos lidar para mudar nossa mentalidade. Um projeto de mentalidade lucrativa precisa voltar duas casas do tabuleiro da vida. E então, você suporta se conhecer para admirar sua conta bancária?